Uma experiência não muito agradável by aura

[foto by Aura]
 

 

 Uma experiência não muito agradável

  Muita gente não acredita, e eu, pessoalmente, já fui uma dessas pessoas.

   Lembro-me como se fosse ontem. Era uma noite de verão e eu voltava da casa de uma amiga. O clima estava estranho, não era como as outras noites onde nem havia frio nem calor, estava tudo muito gelado e cheio de nevoeiro. Eu, como qualquer pessoa, só desejava chegar a casa e deitar-me na cama, já que eram quase três da manhã.

    Estava a deliciar-me com os pensamentos de pôr um cobertor sobre mim e deitar-me sobre o meu colchão, até que vi uma penumbra um tanto quanto estranha. Aparentava ter mais de dois metros, era enorme, tinha uns braços compridos que chegavam aos joelhos e parecia ter uma espécie de rubis escarlates no lugar dos olhos, eram estranhamente bonitos e ao mesmo tempo arrepiantes. Não pensei duas vezes, fui-me aproximando. Não tinha medo daquele homem que ainda pensava estar no Halloween. À medida que me aproximava via melhor o seu físico. A sua imagem já estava claramente definida, o estranho era o facto de o nevoeiro lhe tapar somente a cara. Eu e ele encarámo-nos por uns dez segundos até que o seu rosto ficou bem nítido perante os meus olhos. De novo não pensei, só comecei a correr. Nunca tinha corrido tanto na vida, não olhei para trás, tinha medo de possivelmente o encarar outra vez. A minha sorte era que a minha casa estava perto da rua onde estava senão só Deus saberia o que tinha acontecido comigo. Fiquei muito aliviada. Entrei em casa, tranquei tudo e fui abrindo calmamente a cortina. Não tinha ninguém na rua, podia dormir descansada. 

    Como já estava demasiado cansada e assustada devido à aventura que tinha passado nem vesti o pijama, somente repousei na cama e pus o cobertor até à cabeça. Quase preguei o olho porém foi aí que o senti. Alguma coisa estava a fazer um peso na ponta do fundo da cama. Não tinha animais e morava sozinha, então só me veio uma coisa à cabeça. A criatura conseguiu entrar na minha casa. Não tirei o cobertor da cabeça, como é óbvio, só rezava para que ela fosse embora dali para eu puder acordar mais uma manhã. Fiquei lá quinze minutos. Nesses quinze minutos ninguém se mexeu, achava eu. Ganhei coragem para tirar o cobertor da cara e enfrentar o que fosse que estivesse ali. Mas não correu como eu achei. Mal tirei o cobertor e deparei-me com aquela cara horrível a poucos centímetros da minha. Aquela boca que chegava às orelhas e os seus olhos que pareciam lasers. Tentei saltar, mas não me conseguia mexer. Fiquei paralisada, só os meus olhos é que se mexiam. Conseguia ver aquele ser a chegar cada vez mais perto do meu rosto , a encarar a minha alma. Até que começou a abrir a sua grande e misteriosa boca. Era maior do que eu imaginei e era estranha lá dentro. Estava cheia de dentes, tinha pelo menos uns trezentos. 

Deixei de sentir medo, só senti dor e desprezo. Ele arrancou a minha cabeça sem piedade e saiu da minha casa numa fração de segundos, levou-a para o seu covil e colocou-a ao lado das milhares de outras cabeças de vários outros jovens. 

                                                                                                                                        


                                                                                                                                                Aura

Comentários

Mensagens populares