O miar Aterrorizante by Aura
O miado aterrorizante
Nunca gostei do escuro, sempre me assustou. As pessoas sempre me perguntaram o porquê de eu ter esse medo uma que eu nunca fui uma pessoa que gosta de ver filmes de terror, o que podia ser uma possível explicação, mas eu sabia exatamente a causa dessa fobia…
Tudo começou quando mudei de casa, há mais ou menos sete anos. Eu estava muito entusiasmada, já que ia ter mais espaço e finalmente podia ter animais. Os meus pais também estavam, nunca os tinha visto com tamanho sorriso esboçado na cara, estavam realmente felizes por ter comprado aquela casa por um preço tão baixo. Logo nos dias que acabaram as mudanças os meus parentes deram-me um gato preto lindíssimo e um cão bebé que, em breve, ia tornar-se num matulão.
A casa era giríssima vista de fora e por dentro também, mas dava-me um pressentimento estranho, porém ignorava-o sempre, até àquela noite.
Eu dormia sempre às escura e com a janela aberta para entrar um pouco da iluminação da rua, e nesse dia não foi diferente. Já deviam ser umas 3:30h e eu ainda estava acordada, estive a ouvir música e a estudar para um teste que ia ter na semana seguinte. Estava muito cansada, só pensava em deitar-me na cama e adormecer logo. Isso era o que ia acontecer, todavia havia um barulho que não me deixava dormir, parecia um gato a miar, muito alto e um pouco rouco. Lembrei-me do meu gato, o Artemis, então chamei-o, porém assustei-me quando o ouvi miar ao meu lado, com o outro barulho a continuar. Chamei então a minha cadela, mas ela também estava comigo. Fiquei cheia de medo, os meus pais estavam a dormir, as minhas janelas e portas fechadas e havia um barulho estranho na minha casa.
Como uma pessoa sensata não fui ver, fiquei cheia de medo debaixo das minhas mantas protetoras, até que o barulho se foi aproximando cada vez mais até chegar ao ponto que parou. Fiquei ainda mais assustada, porque é que ele parou de repente?
Comecei a rezar feita louca, não sabia onde estava o suposto gato que tinha o seu miado tão perto de mim. Fiquei assim durante uns quatro minutos até que ouvi a maçaneta do meu quarto abrir. Nunca fiquei tão assustada e calada na minha vida. Senti passos a trepar no chão do meu quarto e a minha cadela a ladrar muito alto, foi então que a maçaneta voltou a rodar e a minha cadela calou-se. Aliviada era a palavra perfeita para descrever o meu estado de espírito naquele momento, mas não perdurou por muito tempo.
Com a minha almofada mais ajeitada e os cobertores a destapar um pouco mais a minha cara vi um vulto à frente da minha cama. Desta vez peguei no meu telemóvel e apontei a lanterna.
Aquela coisa era horrível, tinha os olhos todos pretos e uma pele viscosa e preta. Tinha também os dentes muito grandes, tão grandes que não conseguia fechar a boca. Não pensei duas vezes, corri o mais que pude até o quarto dos meus pais e fiquei aterrorizada quando os vi.
Estavam todos ensanguentados, ambos com o pescoço e membros cortados, aquela imagem era horrível. Eu estava tão horrorizada que nem me vieram lágrimas aos olhos, só pensava em como é que eles não gritaram e não ouviram aquele barulho.
Sai rapidamente de casa e fui bater á porta dos vizinhos. Estava desesperada e aquele bicho podia aparecer a qualquer momento e fazer-me o mesmo que fez aos meus pais e possivelmente aos meus animais, talvez por isso não os ouvi mais.
Entretida nos meus pensamentos não parava de bater às portas da vizinhança, até que um deles atendeu. Eu expliquei-lhe o caso e ele ligou à polícia de imediato. Quando a polícia chegou pediu-me que os acompanhasse. Fiz o que me pediram, seguimos até minha casa onde não foi encontrado nenhum corpo nem nenhum objeto. Eu, obviamente, fiquei pasma e com falta de ar. O polícia acalmou-me e levou-me à esquadra, onde fui interrogada. Chegaram à conclusão de que eu matei os meus pais e animais, o que foi muito injusto sendo que nem foi o que aconteceu e fui presa.
Estou há mais de 5 anos presa, sem ter cometido crime algum e com o meu coração despedaçado. Não houve justiça pelos meus animais e família e a única sobrevivente ia morrer em breve. Devem estar a perguntar-se o porquê dessa minha afirmação, não é?
Foi ele que me disse num sonho que tive ontem…..
Aura
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